A Obra de arte não é, nem uma total imitação duma natureza objectiva (realismo) nem uma exclusiva interpretação pessoal (idealismo). A obra de arte é um misto de objectividade e de interpretação. É digamos uma terceira realidade, ponto de encontro e instrumento de comunicação entre duas realidades aparentemente antagónicas, a natureza e o espírito, o universo e o "EU". Graças a ela, o acontecimento exterior que impressionar o artista, o fluxo, impressivo e transitório, permanece, milagrosamente, como se fosse eterno; através dela a oculta leitura, que a inteligência e a sensibilidade do artista fazem do acontecimento, é expressa ou comunicada aos outros: aqui, a natureza ou essência da arte; ela é simultaneamente, impressão e expressão. Impressão resultante dos estímulos esternos, da força dum universo real, dum acontecimento objectivo: expressão, resultante da interpretação sui generis, da leitura pessoal que cada artista faz desses mesmos estímulos, do mundo do acontecimento.
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